Como contratar um bom Gerente de Projetos

Como contratar um bom Gerente de Projetos

A virada

O mundo mudou, o Brasil mudou. Em 2012, a taxa de desemprego foi de 5,5% [1] e com esse crescimento econômico houve uma virada. Hoje não é mais o todo-poderoso empregador que seleciona profissionais, mas os profissionais é que selecionam os empregadores. Antes essa realidade pertencia somente aos mais capacitados, hoje mesmo profissionais sem nenhuma qualificação especial podem selecionar as oportunidades que lhes sejam mais interessantes.

Esse ciclo virtuoso trouxe crescimento às consultorias de recursos humanos, que auxiliam as empresas a selecionar profissionais (Recrutamento e seleção). Essas empresas também trabalham com staffing (alocação de pessoas) e recursos temporários. Mas são os headhunters que fazem o casamento entre os interesses dos profissionais e das empresas, pois mantém relacionamentos de longo prazo com ambos.

Hoje, contratar um bom profissional não é apenas uma questão de avaliações e provas. É preciso, acima de tudo, encontrar um profissional motivado com os objetivos e a cultura do negócio, esse é o grande desafio do mercado atual.

Processo de Recrutamento e Seleção

Para fazer um bom processo de seleção, não basta selecionar currículos na internet e fazer um teste técnico. O processo de recrutamento e seleção tem 8 fases e visa garantir a seleção do melhor profissional para cada vaga.

Processo de recrutamento e selecao

  • Briefing – Cliente deve fornecer a descrição de cargo e o perfil comportamental desejado. É importante que haja uma margem de variação no cargo, vagas idealizadas nunca são ocupadas.
  • Coleta de CVs – Busca de currículos através de sites de emprego, anúncios e recepção manual. Idealmente as consultorias trabalham com vagas similares e já possuem bancos de currículos.
  • Análise de CVs  – A consultoria avalia se o candidato preenche o perfil da vaga a partir de seu Curriculum Vitae. Exemplos de pontos avaliados: Experiência profissional, histórico acadêmico, idiomas, qualificação técnica e experiências específicas.
  • Testes técnicos – São testes que avaliam o conhecimento e as habilidades técnicas do candidato. (Ex: Montar uma EAP, um cronograma, planejar um projeto etc)
  • Testes comportamentais  – São testes que avaliam aspectos comportamentais e soft skills como: personalidade, motivação, comunicação etc.
  • Dinâmicas de grupo – Avaliam como os candidatos se comportam em grupo. Liderança, comunicação e colaboração são características identificáveis através das dinâmicas. As dinâmicas também podem servir de atalho para avaliar características individuais de um número maior de pessoas.
  • Formulário de competências – O candidato deve preencher uma autoavaliação, a partir da qual o entrevistador decidirá onde aprofundar a entrevista.
  • Entrevista – Um entrevistador conduz uma sessão de perguntas e respostas que visam analisar as competências do candidato.

Idealmente esse processo deve ser conduzido por uma consultoria de RH, que orientará a empresa na seleção. Essas empresas são especializadas em avaliações comportamentais (testes psicológicos) que aumentam a acurácia da contratação.

O perfil do Gerente de Projetos que sua empresa precisa

De forma geral, pode-se definir as competências de um Gerente de Projetos entre gerenciais e técnicas. O conjunto abaixo serve como exemplo para habilidades gerenciais:

  • Conhecimentos – PMBOK (Gerenciamento da Integração, Stakeholders, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, aquisições, riscos e comunicação); princípios da liderança; conhecimento de produtos e clientes do mercado em que atua.
  • Habilidades – Tem experiência no uso das ferramentas e soluções que implementam seus conhecimentos? Sabe desenvolver um cronograma, um controle de custos, fazer um levantamento de requisitos, conhece modelos de qualidade etc? Veja aqui exemplos de perguntas.
  • Atitudes – Iniciativa, pró-atividade, resiliência, foco em resultados, comunicação, priorização, negociação, orientação ao cliente, autonomia, ética, visão estratégica, flexibilidade e liderança.

Não existe modelo ideal, deve-se identificar o perfil da empresa e do projeto (ou portfólio) que o GP irá trabalhar, e adequar as competências requeridas caso a caso.

Exemplos de tópicos para diagnosticar a empresa:

  • A cultura de gestão de projetos está institucionalizada?
  • A empresa possui processos de gestão de projetos?
  • Possui um PMO?
  • Existem ferramentas de gestão de projetos implantadas?
  • Qual a estrutura organizacional?

Exemplos de tópicos para diagnosticar o projeto:

  • Qual o porte? (custos, número de recursos, localidades etc)
  • Qual a complexidade?
  • Qual a duração?
  • Os recursos são diretos ou terceiros?
  • Que tipo de poderes serão aplicáveis? (Formal, técnico, referência, premiação etc)

Estas e outras avaliações ajudam a determinar o perfil técnico e comportamental necessário para cada contexto. Pode-se identificar que tipo de formação e experiências são mais importantes, qual o tipo de personalidade mais se adequa ao cenário etc. Deste modo, evita-se incorrer em erros de contratação como contratar um profissional focado em metas para trabalhar em um ambiente político, alguém experiente em ferramentas para trabalhar onde não há templates, um profissional disciplinado para trabalhar numa empresa onde não se respeitam horários e prazos.

Um “bom” gerente de projetos é aquele que traz o maior benefício para organização onde atua, que “veste a camisa” e dança conforme o ritmo da organização. A responsabilidade pela avaliação do melhor “casamento” é tanto da empresa quanto do profissional, portanto gaste tempo no processo de recrutamento e seleção.

Agradecimentos à Lyzandra Queiroz, Coordenadora de Operações e RH na HumanitáRH, pela elucidação do processo de seleção e as informações do mercado.

Eli Rodrigues

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Publicado por: Eli Rodrigues

Há 1 comentário para este artigo
  1. KLEBER at 14:35

    Excelente a abordagem, direta e objetiva.