Efeito Halo: Nem sempre a parte representa o todo

Efeito Halo: Nem sempre a parte representa o todo

O efeito Halo é um mais um daqueles bugs mentais dos seres humanos possuem, que os fazem pensar que a parte representa o todo. Nossa mente funciona por padrões, “se um político é ladrão, todos são”, “se o menino é ruim de futebol, é ruim de tudo”, “se uma pessoa é inteligente, deve gerenciar bem sua vida”. Pois é, nem sempre é verdade.

O conto do elefante

Diz-se que puseram 4 pessoas vendadas para tocar um elefante e descobrir o que era, apenas pelo tato. A primeira, tocou as orelhas e jurou estar tocando numa jaqueta de couro. A segunda, tocou o rabo e teve certeza que era uma cobra. A terceira, tocou uma das pernas e achou se tratar de uma árvore. E a última, tocou a barriga e não teve certeza, mas achou que fosse algum recipiente qualquer.

Há muitas variações dessa história, mas todas elas mostram que “a parte nem sempre representa o todo” e o problema é que julgamos assim em todas as esferas de nossa vida, sobretudo em relação às pessoas.

Nossa mente completa as coisas

Nossa mente completa as coisas que estão pela metade, é como se o cérebro não quisesse sempre ter que processar tudo. Não acredita em mim? Veja a figura abaixo.

A cabeça do rapaz não está afundada, ele apenas possui uma tatuagem. É o que chamamos de ilusão de ótica, nossa mente associa às formas a profundidade que nunca existiu.

Agora olhe fixamente para o ponto preto no meio dessa figura e veja como seu cérebro adiciona cores à imagem, mesmo que a figura seja preto e branco.

Impressionante, não? Neste terceiro e último exemplo, observe como consegue ler o texto mesmo que as letras estejam trocadas. Leia de uma vez, sem parar.

Agora se convenceu que a mente realmente completa as coisas para você? Pois então, estamos prontos para a próxima etapa de nossa viagem.

Julgando as pessoas

Como disse no começo, tentamos inconscientemente julgar as pessoas por características simples, mas isso é uma ilusão. Nem todo vilão é sempre vilão, na maioria das vezes ele tem um motivo pessoal e legítmo para agir assim. Da mesma forma, a pessoa de bom caráter nem sempre age com bondade. O mesmo ocorre com a pessoa ingênua, como uma criança, que pode ser perversa às vezes também.

Se extrapolarmos o conceito para as empresas, podemos entender porque aquele excelente técnico se tornou um péssimo gerente, porque aquele ótimo gestor financeiro está pessoalmente endividado, porque aquele profissional justo e coerente, ao assumir um cargo na alta hierarquia, se torna maldoso com os demais.

Nossa mente tem conceitos dúbios e variáveis. A parte não representa o todo. Temos todas as características, do bem e do mal, dentro de nós.  Por isso, antes de contratar ou promover alguém, devemos fazer avaliações psicológicas. Para encaixar a pessoa certa na função adequada e evitar problemas futuros.

O efeito Halo

O efeito Halo é isso, nossa incapacidade de perceber que uma pessoa boa em determinada função não será boa em outra. Cada um possui características dominantes na sua personalidade que determinarão em que tipos de trabalho terão êxito, nem todo mundo é capaz de tudo.

Por isso, é importante unir as avaliações técnicas com as comportamentais antes de definir se uma pessoa deve ou não fazer parte do quadro da empresa ou assumir uma nova função.

Eli Rodrigues

 

Publicado por: Eli Rodrigues

Há 1 comentário para este artigo
  1. Claudinei Galdino at 12:25

    Muito bom Eli, precisamos tira o mal do bom e o bom do ruim, ninguém é tom bom e ninguém é tão ruim só está no lugar errado.