O funcionário com “nojinho”

O funcionário com “nojinho”

Que atire a primeira pedra…

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu “nojinho” no trabalho. O “nojinho” ocorre quando o ofício que nos é dado parece simples demais, braçal demais ou simplesmente quando não nos identificamos com a empresa em que trabalhamos.

O funcionário com “nojinho” faz seu trabalho de “mau gosto”, às vezes, porque acha que merecia algo melhor, porque pensa que poderia contribuir mais ou simplesmente porque tem uma autoestima elevada e muitas vezes não condizente com a realidade.

Todos nós temos um período de “nojinho”, embora não percebamos. Nesse período, tudo nos estressa! A empresa não é boa o suficiente, o chefe não é inteligente e os colegas nos parecem acomodados. Sentimos que precisamos de mais!

Contaminando o ambiente

O problema é quando uma pessoa com “nojinho” permanece em seu emprego reclamando ou fazendo pouco caso das missões que recebe. Essa pessoa se torna antipática aos demais, por vezes arrogante. Acha que pode ensinar a todos como o trabalho deve ser feito ou entende que “não é seu trabalho” fazer essa ou aquela atividade.

A proatividade de uma pessoa nessa condição tende a cair bastante, seu comprometimento é “zero” e ainda assim, às vezes, acha que deveria ganhar uma promoção. Esse funcionário tende a criar um clima desagradável na empresa, humilhando os outros, desafiando seus superiores, criando conflitos. Isso pode “contaminar” os demais funcionários que fazem seu trabalho de bom grado.

Sede de mudanças

Como bem ilustra o livro “Picos e Vales” de Spencer Johnson, na carreira temos momentos de subida, de descida e de estabilidade. Não faz sentido acharmos que iremos crescer constantemente, é ilógico achar que estaremos sempre pegando missões mais complexas em lugares melhores.

Imagine um soldado, cuja função é lutar, na segunda ou terceira batalha desafiando seus superiores, modificando as ordens para ações que julga serem melhores ou atuando sem “vontade” porque almeja crescimento? Além de não ser promovido tem grandes chances de morrer na batalha.

Um outro exemplo bacana é o do filme “O mordomo da Casa Branca”, em que o personagem principal trabalha por mais de 30 anos na mesma função, de mordomo. Ele prima por servir bem seu superior, fazendo seu trabalho com a máxima perfeição, é um exemplo de excelência e resiliência.

O filme também me lembra o livro “O líder sem status”, que mostra de forma bastante alegórica como uma pessoa excelente no que faz ganha influência no seu ambiente de trabalho, ainda que não seja promovida.

Hora de partir…

Nossa geração, como discutido no artigo “Why generation Y Yuppies are unhappy“, sente que os louros do sucesso profissional devem vir rapidamente e que permanecerão durante longos anos. Ora, o sucesso almejado no passado é o status quo.

Se buscarmos sempre algum crescimento estaremos sempre insatisfeitos. O crescimento pode muito bem ser sentido nas realizações de um mesmo ofício, mas se o ofício atual não lhe aprouver mais, busque outro, fazer as coisas de mau gosto, com “nojinho”, não levará ao reconhecimento.

E tenho dito!

Eli Rodrigues

Publicado por: Eli Rodrigues

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